Diferentemente do que acontece no Windows, o Linux por si só não oferece um ambiente de trabalho, um gerenciador de janelas único. Existe um servidor gráfico que oferece as rotinas básicas de manipulação da tela, um cliente que faz o acesso a este servidor e diversos gerenciadores de janela que oferecem ao usuário um ambiente de trabalho. Entre estes gerenciadores de janela estão o WindowMaker, Blanes, XFCE e os populares Gnome e KDE. Na verdade, desde que se tenha as bibliotecas requeridas instaladas, um aplicativo pode funcionar em qualquer um dos gerenciadores disponíveis, e dessa forma um aplicativo feito especificamente para o Gnome roda no Blanes desde que as bibliotecas do Gnome estejam instaladas no sistema.
A escolha do ambiente gráfico é polêmica pois a opinião pessoal tem um peso muito forte na decisão. Talvez este é o ponto onde esta variável tem peso mais forte. Como o sistema funciona independente do ambiente, a polêmica pode ser amenizada, mas o simples fato de ter que instalar as bibliotecas do outro ambiente já pode gerar um ponto de discórdia entre os usuários. Indo direto ao ponto, o ambiente escolhido para o sistema aqui descrito foi o KDE e passamos agora a justificar a escolha.
Sem dúvida alguma os dois maiores, mais populares e mais ativos projetos de gerenciadores de desktop disponíveis no mundo open source são o KDE e o GNOME. Pensando nos critérios utilizados para a escolha estas são as duas melhores alternativas, pois são populares, têm o respaldo da comunidade, são fornecidas em todas as distribuições LInux do mercado e são ambientes padrão na maioria das distribuições.
Dentre os dois selecionados (GNOME e KDE), a escolha é ainda mais difícil e mais polêmica, pois ambas tem um conjunto de ferramentas e recursos semelhantes, são ambas muito agradáveis de utilizar e ambas derivam de bibliotecas robustas e completas. A escolha caiu sobre o KDE porque este ambiente tem pelo menos três diferenciais em relação ao GNOME: é o ambiente padrão na maioria das distribuições Linux, a comunidade de desenvolvimento é maior e a biblioteca na qual ele se baseia é 100% orientado a objeto.
Dos três diferenciais apresentados talvez o que teve maior peso na escolha foi a orientação a objetos. Apesar da biblioteca GTK que é a base do GNOME ter uma extensão orientada a objetos, ela não é nativa, ou seja, a biblioteca padrão não é e isto sugere que exista mais uma camada de abstração, o que não acontece com a biblioteca QT. Esta biblioteca foi concebida originalmente usando orientação a objeto. Além disto, a biblioteca QT tem uma documentação mais farta e completa, o que facilita bastante o seu aprendizado.
Assim escolhemos o KDE, lembrando que para utilizar o sistema não significa que o seu ambiente gráfico tenha que ser o KDE. Basta que as bibliotecas dele estejam instaladas que ele vai funcionar independente de qual gerenciador de janelas você estiver usando.